Partilha Ibérica: tratados políticos e a chegada à Índia

Introdução

Portugal não foi o único que investiu na descoberta de novos territórios: o reino de Castela, atual Espanha, seguiu no seu encalço, rivalizando com Portugal na conquista de novos territórios por descobrir. Do conflito entre as duas nações foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que permitiu a Portugal rédeas livres para explorar a Índia e o Brasil e, aos Espanhóis, estabelecerem-se na América Ocidental.

A primeira resolução: o Tratado de Alcáçovas

Portugal e Espanha já se tinham, à data, envolvido em inúmeros conflitos territoriais. Para evitar que a expansão marítima flagrasse um novo conflito, foi assinado o Tratado de Alcáçovas, em 1479, dividindo entre os dois reinos os territórios por explorar.

Um novo conflito: Cristóvão Colombo

D.João II, rei na época, recusou a proposta do navegador Cristóvão Colombo para chegar à Índia.

Colombo acabou por propôr o mesmo a Espanha, em 1492, e a viagem foi aceite. O resultado foi a chegada à América, território que, até à data, era totalmente desconhecido pelos Europeus.

D.João II reenvindicou o que tinha sido acordado no Tratado de Alcáçovas, mas Espanha, dado que a decisão tinha sido dos portugueses de não explorar aquela hipótese, recusou-se a entregar o território.

Dado que o conflito não parecia ter resolução, foi pedida a opinião do Papa,  a autoridade máxima nos reinos cristãos, que impôs uma nova divisão das terras, anulando o anterior Tratado de Alcáçovas.

A segunda resolução: o Tratado de Tordesilhas

Em 1493, depois da decisão papal ter sido promulgada, existiu ainda, da parte do rei D.João II, um pedido de mudança dos limites nos mapas, modificando os limites definidos pelo Papa para se estenderem mais para Oeste. 

Não se sabe, até hoje, se o rei tinha conhecimento que, ao efetuar esta mudança, o Brasil fora incluído no mapa de territórios portugueses.

Ao chegar a um acordo, os dois reinos elaboraram, assim, o Tratado de Tordesilhas, em 1494. Através dele ficou definida a política de mare clausum, em que os mares incluídos nas zonas de cada país eram por ele exclusivamente controlados.

A descoberta da Índia e do Brasil

​​A chegada à Índia

Foi o sucessor de D.João II, D.Manuel I, que conseguiu cumprir os desejos do seu antecessor alcançando, em 1498, a chegada à Índia por mar por Vasco da Gama, o que permitiu a criação de um caminho marítimo que dava acesso às especiarias e produtos de luxo do Oriente. A criação da rota permitiu aumentar a carga em cada viagem, reduzir o tempo e multiplicar os lucros.

Os Portugueses não foram recebidos de braços abertos no Oriente, em que já existiam sociedades organizadas e com o seu próprio comércio. Por isto, o rei enviou uma poderosa armada, de modo a controlar os mares do Oriente.

A descoberta do Brasil: coincidência ou estratégia?

Em 1500, Pedro Álvares Cabral, segundo a história, tinha a intenção de ir para a Índia, quando um desvio para sudoeste o levou para a América do Sul, descobrindo o Brasil.

Não se sabe, até hoje, se a insistência do rei de incluir o território que hoje chamamos Brasil no Tratado de Tordesilhas foi um acidente, ou se o mesmo já tinha conhecimento de que uma oportunidade de conquista de um território surgiria. Seja qual for a verdade do sucedido, o Brasil foi anexado e, posteriormente, explorado pelos seus abundantes recursos.