No período entre 1400 e 1500, surge uma nova era da história portuguesa: o período Henriquino (1434-1460), relativo ao Infante D. Henrique. O fracasso da conquista de Ceuta dá início a este período, que depois dita a decisão de continuar a exploração pelo mar, e não por terra.
Período Henriquino
O Infante D. Henrique (1394-1460), foi o homem mais importante na primeira fase da expansão ultramarina. Esses primeiros tempos de expansão, ficaram conhecidos como: Período Henriquino.
Antes deste período, os Portugueses estavam cientes que o Norte de África era, à data, um ponto fulcral de cruzamento para grandes rotas comerciais, como as rotas do ouro e levante, controladas à época por muçulmanos e mercadores italianos. A nível económico, era relevante para Portugal obter um maior controlo destas rotas comerciais.
Já a nível social e político, a conjuntura prévia criou uma oportunidade para o período de expansão que se avizinhava:
Após um longo período de reconquista aos muçulmanos, a vontade de cristianizar tinha permanecido no povo, apoiada pelo clero da época, que apoiou a conquista de territórios dominados por estes.
Um grande surto de peste deixou também uma população diminuída e focada nas cidades costeiras, a tentar sobreviver em portos comerciais e através da pesca. Uma economia a precisar de riqueza e mão-de-obra foi o resultado desta epidemia.
Assim, a conjuntura criou-se para o começo de uma expansão e colonização de novos territórios: com o apoio da nobreza, burguesia e clero, o filho do rei D.João I, Infante dom Henrique, partiu à descoberta do crescimento do controlo português sobre as lucrativas rotas comerciais da época.
O fracasso da conquista de Ceuta e as divergências criadas
A escolha e conquista de Ceuta
Ceuta, uma cidade do Norte de África que era um importante ponto de passagem comercial da época, foi a escolha para a primeira conquista da expansão portuguesa: na cidade passavam importantes e lucrativos produtos, controlados por muçulmanos que, à época, eram objetivo de conversão da igreja católica.
A cidade era também ideal a um nível de estratégia comercial devido à sua localização junto ao estreito de Gibraltar, que permitiria a entrada e saída de barcos no Mar Mediterrâneo, permitindo ainda uma conquista mais eficiente de outras cidades no Norte de África.
Com o apoio da nobreza, burguesia e clero, Infante D. Henrique conquistou Ceuta em 1415. Contudo, apesar da intensa planificação e estratégia por detrás desta decisão, a conquista de Ceuta foi um fracasso.
O insucesso e prejuízo
Apesar da ideia por detrás da conquista de Ceuta parecer lógica, os portugueses não consideraram as relações comerciais criadas ao longo de centenas de anos que imperavam no ambiente radicalmente diferente do Norte de África.
Os comerciantes mudaram as rotas para outras cidades, o que fez com que os elevados custos de defender Ceuta não se justificassem. Também não era possível cultivar a terra, pois os ataques constantes exigiam todos os recursos à disposição para que o território fosse mantido sobre custódia portuguesa.
Dois rumos, uma decisão
Os elevados danos causados pela conquista de Ceuta causaram, na sociedade portuguesa, uma divisão quanto ao passo seguinte: (1) Alguns nobres defendiam as conquistas por terra, avançando pelo Norte de África; (2) Outros defendiam a exploração da costa africana pelo mar.
O infante escolheu então a segunda mencionada, escolhendo viajar e explorar através do oceano Atlântico.
A expansão pelo Atlântico
Redescoberta dos Açores e Madeira
Foi durante esta exploração pelo Atlântico que os Portugueses redescobriram os arquipélagos da Madeira e dos Açores. Apesar das ilhas estarem já assinaladas em mapas, apenas através dos navegadores portugueses se conseguiu descobrir a totalidade das ilhas.
O arquipélago da Madeira foi assim redescoberto entre 1418 e 1419 por João Gonçalves Zarco, TristãoVaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo e o dos Açores a 1427 por Diogo Silves.
As ilhas foram posteriormente colonizadas para evitar que outros países tomassem posse das terras. Os colonos desbravaram e dinamizaram as ilhas, criando explorações de produtos que beneficiaram a economia portuguesa tais como a madeira e a cana-de-açúcar na Madeira e o gado, chá e ananás nos Açores.
Os Açores trouxeram também a vantagem de oferecerem um ponto estratégico de escala para navios.
A exploração da costa Ocidental Africana
Depois de definido o objetivo de continuação da exploração através do mar, os Portugueses escolheram como próximo objetivo dobrar o Cabo Bojador. Até à época este era visto como impossível de navegar e perigoso, com lendas feitas sobre os seus perigos.
Em 1434 Gil Eanes conseguiu passar o Cabo Bojador, o que permitiu alcançar terras nunca antes vistas pelos portugueses.
Rumando para sul, os navegadores chegaram à Guiné, ao rio do Ouro e dominaram a região de Arguim, onde o Infante construiu uma feitoria, um edifício que servia como entreposto comercial na época, de modo a ajudar ao controlo do comércio de escravos, ouro, marfim e malagueta.
Navegando mais para sul, os portugueses chegaram também a Cabo Verde e, à data da morte do Infante, em 1460, já eram conhecidas as terras até Serra Leoa.
O início da exploração do Norte de África, a redescoberta dos Açores e da Madeira e a ultrapassagem do Cabo Bojador.
Como se deu o fracasso da conquista de Ceuta?
Ceuta foi conquistada a 1415, no entanto, as rotas comerciais que tinham sido o principal objetivo na obtenção do território foram alteradas e a cidade tornou-se despendiosa de defender, sem gerar nenhum lucro.
Quem foi Infante D.Henrique?
O Infante D.Henrique ficou conhecido pelo seu papel no começo do período da expansão portuguesa.
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