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História A

Pós-I Guerra Mundial

Transformações urbanas, sociais e científicas do século XIX

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Docente: Catarina

Resumo

Transformações urbanas, sociais e científicas do século XIX

​​Introdução

O início do século XX foi marcado por grandes alterações de comportamento e pensamento que advinham desde o século anterior. A ideia de pensamento rígido e racional foi substituída pelo conceito do relativismo, e leis sociais e científicas tidas como absolutas foram fortemente contestadas, abrindo espaço a importantes progressos no movimento feminista e na perspetiva humana em relação à sociedade e à ciência.


Transformações na Vida Urbana

No século XX, a ocupação em massa das áreas urbanas começou a ultrapassar o número de habitantes das zonas rurais. Com o crescimento da classe média e a melhoria do nível de vida, o foco da sociedade direciona-se para a cultura do lazer. As infraestruturas sociais e de lazer das grandes cidades facilitam esta transição e promovem esta nova cultura de consumismo e diversão. Surge então:

  • maior liberdade na convivência entre os sexos - movida pela necessidade de autonomia da mulher durante a Primeira Guerra;
  • maior acesso à deslocação - inovações nos meios de transporte facilitam as viagens por lazer;
  • o aceleramento do "ritmo de vida" - prática desportiva torna-se parte da rotina diária, automóveis alimentam o gosto pela velocidade.


​​Revolta contra os valores tradicionais

Os enormes progressos tecnológicos que marcaram o início do século XX deram ao Ocidente uma sensação de otimismo e "indestrutibilidade" que rapidamente foi posta em causa com o começo da Primeira Guerra Mundial em 1914. A miséria vivida durante esta época fez desmoronar os valores morais, que haviam sido os pilares da sociedade no século XIX. 


O nível de destruição material e humana gerado pela guerra causou um sentimento geral de pessimismo e revolta, uma crise de consciência, que levou a uma rebelião contra as atuais normas de género, família, sexualidade, religião e conduta social. 


Esta contestação das normas sociais e morais criou uma fase de relativismo, não existindo uma conduta de valores rígida que a sociedade estivesse capaz ou disposta a seguir. Esta ausência de valores universalmente aceites pela sociedade abriram espaço para grandes mudanças sociais que estariam a desenvolver-se em segundo plano.


Emancipação da mulher

Graças à guerra, as mulheres tiveram a oportunidade de ocupar posições outrora restritas aos homens. Era, aliás, uma necessidade


Com os homens em combate, as mulheres:

  • assumiram a liderança do lar;
  • tornaram-se responsáveis pelo sustento financeiro da família;
  • passaram a realizar trabalhos considerados "masculinos" como reparações, fabrico de armamento e automóveis e trabalhos agrícolas pesados;
  • asseguravam serviços de enfermagem essenciais na perigosa frente de batalha.


Este movimento de emancipação, no entanto, já se vinha a desenrolar há várias décadas.


movimento feminista organizado teve origem ainda no século XIX, e os seus objetivos foram evoluindo ao longo dos anos. Desde o combate pelos direitos à propriedade e ao trabalho até ao direito de voto no início do século XX, as exigências políticas do movimento feminista sofreram uma grande oposição tanto por parte do governo como da própria sociedade. 


A guerra veio desconstruir esta perspetiva conservadora, e nas décadas seguintes, as mulheres conseguiram alcançar uma maior independência e derrubar muitas barreiras à igualdade de género


Evolução do movimento feminista

ÉPOCA

Focos

1850s
As mulheres procuravam uma atualização das leis que lhes permitissem:
  • propriedade dos seus bens;
  • acesso à educação;
  • tutela dos filhos (na ausência/falecimento do pai, outro parente masculino ficaria responsável pelos filhos);
  • acesso a trabalho.
1900s
Direito de participação na política.
Começam a surgir organizações de sufragistas pelo mundo ocidental.
Fundação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (1909) e Associação de Propaganda Feminista (1911) em Portugal.
Pós-Guerra
Mulheres adquirem:
  • direito à intervenção política;
  • acesso a carreiras profissionais mais prestigiadas;
  • maior proteção jurídica na sua posição familiar.



​​Feminismo
Movimento que procura a igualdade (social, económica e política) entre os géneros. Marcado pelo combate das mulheres contra a posição de dependência e inferioridade que lhes foi imposta pela sociedade.
Sufragista
Mulher que reclama o direito a voto para o sexo feminino.


Novas conceções científicas

O positivismo que marcou o século XIX também se manifestou na ciência e filosofia. Acreditava-se que as leis do universo eram claras e rígidas e que o Homem tinha a capacidade de as desvendar. A "crise de consciência" no pós-guerra veio também pôr em causa estas crenças, passando a valorizar-se o relativismo e outras formas de conhecimento.


Uma nova forma de pensar, o intuicionismo, defendido pelo filósofo Henri Bergson, transforma a comunidade intelectual. Este modelo de pensamento assenta na ideia de que certas realidades não podem ser interpretadas pelas leis da Física e Matemática, mas sim através da intuição. O conceito de transcendente ganha um novo reconhecimento, algo que é, de certa forma, reforçado pelas descobertas científicas desta época.


A descoberta de unidades mais pequenas que o átomo derruba os fundamentos da ciência, que se consideravam imutáveis. Surge então:

  • física quântica, liderada por cientistas como Max Planck que procuram decifrar o comportamento dos átomos e, consequentemente, estabelecem a impossibilidade de definir regras fixas e invariáveis sobre o universo;
  • Teoria da Relatividade, defendida por Albert Einstein, que destrói por completo as noções prévias do espaço e do tempo, que passam de entidades consideradas absolutas para variáveis indefiníveis.

A comunidade científica passa então a reconhecer a natureza instável do Universo. Aceita-se a existência de uma certa subjetividade no conhecimento, que a desordem é um fator inerente do Universo e que as leis da Natureza talvez nunca venham a ser completamente compreendidas. Nasce, então, a conceção do relativismo.


Em paralelo, também as noções da psicologia foram desafiadas. 


Na mente humana, que era tomada como estritamente racional, passa a ser reconhecida a existência do subconsciente e inconsciente - níveis psíquicos irracionais que não são controlados e/ou detetados pelo indivíduo, mas que se manifestam no seu comportamento. Esta nova área de estudos, chamada de psicanálise, defende que o ser humano, por influência das normas morais, esconde os seus desejos e segredos mais repreensíveis no inconsciente. É sugerido que esta repressão possa, em alguns casos, levar a distúrbios psíquicos (neuroses) e surgem métodos terapêuticos que procuram aceder aos níveis mais profundos da consciência.


A difusão destes conceitos de irracionalidade da mente humana e incerteza das leis da Natureza apenas vai suportar a quebra de convenções sociais e culturais, que caracterizou a década de 20 do século XX.


​​Relativismo
Abordagem científica e filosófica que admite a impossibilidade de ter conhecimento absoluto. Defende que o conhecimento é relativo e pode depender de condições sociais e culturais, da época e ambiente que o sujeito conhece.


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FAQs - Perguntas Frequentes

O que é o relativismo?

O que é o feminismo?

O que provocou mudanças no comportamento e pensamento no início do século XX?

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