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História A

Pós-I Guerra Mundial

O novo equilíbrio político e geográfico após a I Guerra Mundial

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Docente: Catarina

Resumo

O novo equilíbrio político e geográfico após a I Guerra Mundial

Introdução

A década de 20 do século XX foi fortemente marcada pelas consequências da Grande Guerra, que terminara em 1918. A Europa sofreu uma complexa reestruturação política e geográfica numa tentativa de restabelecer a paz entre as nações, promovida pela formação da Sociedade das Nações. Essa mesma reestruturação, não só viria a plantar as sementes de futuros conflitos como, a par com as grandes perdas humanas a materiais da guerra, provocaria uma forte dependência económica dos Estados Unidos por parte da Europa.


​Uma Nova Ordem Internacional

Conferência de Paz

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, teve início em Paris a Conferência da Paz, a janeiro de 1919. Com o intuito de restaurar a paz e harmonia entre as nações, esta conferência foi liderada pelas potências vencedoras.


mensagem em 14 pontos redigida pelo Presidente Wilson dos Estados Unidos serviu de base às negociações durante a conferência. Os seus pontos-chave incluíam:

  • Convenções de paz preparadas de forma transparente - fim de acordos secretos;
  • Liberdade de navegação nos mares;
  • Livre comércio entre nações;
  • Redução dos armamentos;
  • Direito dos povos colonizados à autodeterminação e reconhecimento de independência - respeito à nacionalidade;
  • Evacuação das tropas alemãs da Rússia, Bélgica e França;
  • Criação de uma liga de nações.

acordos de paz

País assinante

Tratado de Versalhes
Alemanha
Tratado de Saint-German-en-Laye
Áustria
Tratado de Trianon
Hungria
Tratado de Neuily
Bulgária
Tratado de Sévres
Império Otomano


Os acordos de paz serão responsáveis por uma nova ordem internacional e uma nova geografia política.



Nova Geografia Política

queda dos Impérios Russo, Alemão, Austro-Húngaro e Otomano levaram à formação de novos estados-nação e ao estabelecimento de novas fronteiras.


​​Império

Novos estados-nação

Russo
Finlândia, Estónia, Letónia e Lituânia
Austro-Húngaro
Polónia, Checoslováquia, Jugoslávia e Hungria
Otomano
Síria e Líbano - Mandatos franceses
Iraque (Mesopotâmia) e Palestina - Mandatos britânicos


Enquanto os estados vencidos sofrem grandes perdas territoriais, económicas e militares, outros estados como a França, Bélgica, Itália, Dinamarca, Roménia e Grécia ampliam as suas fronteiras.


Sendo considerada a responsável pela guerra, a Alemanha sofreu pesadas consequências, segundo as condições assinadas no Tratado de Versalhes. Em especial:

  • Cedência das minas do Sarre à França;
  • Perda de todas as colónias;
  • Perda da maior parte da sua frota mercante;
  • Redução extrema das suas forças armadas e artilharia;
  • Divisão da Alemanha - corredor de Danzig;
  • Responsabilização pelos danos de guerra.

Estas perdas foram muito mal recebidas pelo povo alemão e consideradas uma humilhação por parte dos Aliados.


Sociedade das Nações

Como proposto nos 14 pontos de Wilson, em 1919 formou-se a Sociedade das Nações (SDN). Sediada em Genebra, a SDN procurava em assegurar uma cooperação franca entre as nações, de modo a promover a independência política e integridade territorial. Foi estabelecido um Direito Internacional e organismos como o Tribunal Internacional de Justiça de modo a gerir conflitos e salvaguardar a paz.


No entanto, a humilhação sofrida pelos povos vencidos e o seu afastamento dos esforços colaborativos e tomadas de decisão na SDN apenas veio a alimentar as chamadas "sementes de guerras futuras". 


Também alguns dos povos vencedores se encontravam insatisfeitos com as resoluções da Conferência de Paz e SDN. Em especial, a questão das reparações de guerra foi muito polarizante. Nomeadamente:

  • Portugal e outros vencedores "esquecidos" apenas conseguiram assegurar reparações após várias discussões diplomáticas;
  • O "respeito à nacionalidade" não foi bem conseguido - a regulamentação de fronteiras e o sentimento de deslocação entre minorias nacionais dentro deste novo mapa geopolítico dificultaram as relações internacionais.

Os Estados Unidos mostraram-se contra a hegemonia que os vencedores pareciam querer exercer sobre os vencidos. O Congresso americano não validou o Tratado de Versalhes e acabou por decidir não aderir à SDN.


Sem o apoio dos Estados Unidos, sem capacidade de resposta aos conflitos que viriam a surgir e uma crescente falta de credibilidade, o objetivo da SDN de ser um instrumento de paz tornou-se impossível.


Hegemonia
Supremacia/Influência absoluta de uma nação ou povo sobre os restantes.


A lenta recuperação da Economia Europeia

A nível populacional e material, a Primeira Guerra Mundial afetou gravemente a Europa:

  • grande parte da população ativa foi morta, perdida ou incapacitada durante a guerra;
  • a indústria, dedicada à produção de material bélico, tornava-se agora obsoleta;
  • a destruição dos campos por explosivos prejudicara severamente a produção agrícola;
  • fábricas, minas e frotas mercantes foram eliminadas ou tomadas por outros países;
  • as nações tinham as suas finanças num grande estado de desorganização.

A incapacidade de produção e a falta de mão de obra tornam a Europa extremamente dependente dos bens e serviços americanos durante a sua recuperação, aumentando cada vez mais a dívida europeia e elevando os Estados Unidos a primeira potência mundial.


Numa tentativa de colmatar a dívida crescente, os dirigentes europeus recorreram ao aumento a emissão de notas. Esta solução viria apenas a agravar o problema. O aumento de moeda em circulação sem um proporcional aumento de produção causou uma desvalorização da moeda, tanto a nível interno como a nível internacional. A Europa entrou num estado de inflação, sendo os países vencidos, que pagavam indemnizações da guerra, os mais prejudicados. Esta crise económica atrasou ainda mais a recuperação da Europa no pós-guerra.


Inflação
Alta geral dos preços. Consequência de um desequilíbrio entre a procura de produtos vs. a oferta de bens, da quantidade de moeda em circulação e da produção e circulação de riquezas.


Dependência Europeia dos Estados Unidos

Como grandes fornecedores de armamento durante a guerra e graças à sua elevada parcela do ouro mundial, os Estados Unidos estavam agora numa posição de soberania sobre a Europa.


Para revitalizar a sua economia, os países europeus adotaram os métodos capitalistas dos Estados Unidos para garantir a sobrevivência e rentabilização das empresas. Adicionalmente, os países vencidos, como a Alemanha, obtiveram empréstimos americanos como meio de pagar as devidas reparações de guerra à Inglaterra e França


Por sua vez, estes países puderam então pagar as suas próprias dívidas (tanto da compra de armamento como dos seus próprios empréstimos), estabelecendo ainda mais a dependência europeia dos Estados Unidos.


Com o aumento exponencial da produção e do consumo, a partir de 1925 e até 1929, o mundo ocidental entra nos "felizes anos 20", marcados pela prosperidade económica, avanços industriais e tecnológicos e uma forte confiança no capitalismo liberal.


Datas Relevantes

​​Data

Evento

11 de Novembro de 1918
Assinatura do Armistício (Fim da Primeira Guerra Mundial)
1919
Formação da Sociedade das Nações
Janeiro de 1919
Conferência de Paz
1920
Inflação começa a impactar a Europa
1925-1929
Felizes anos 20


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FAQs - Perguntas Frequentes

O que criou a dependência da Europa relativamente aos Estados Unidos?

Qual era o objetivo da Sociedade das Nações?

Beta

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