A cultura de massas e a arte no início do século XX
Introdução
No início do século XX, a arte e a cultura disseminadas pelos mass media criam acultura de massas. Conscientes do seu poder, os artistas assumem uma posição sociopolítica crítica, contudo, os regimes totalitários percebem o seu poder e alcance e apropriam-se dos seus meios e métodos para disseminar as suas ideologias.
Cultura de massas
A cultura de massas surge como uma cultura comum a toda a população - os gostos, estilos de vida e preferências de consumo são uniformizados e tornam-se padrões culturais. Esta homogeneização cultural deveu-se à generalização do ensino e ao desenvolvimento massivo dos meios de comunicação (mass media), que se tornaram uma indústria gigantesca capaz de moldar e estruturar uma sociedade inteira.
A imprensa, a rádio e o cinema foram os meios de comunicação responsáveis pela formação da cultura de massas.
Imprensa
Na primeira metade do séc. XX, a imprensa era estruturada por uma linguagem acessível, um vocabulário simples e repleto de adjetivos, por meio de frases curtas e diálogos informais. Deixa de ser exclusiva a uma classe social e passa a ter um consumo acessível e generalizado.
Surgem novos géneros literários,como a banda-desenhada, o romance cor-de-rosa e o policial. Ojornal de grande tirageme asrevistasforam outros produtos que se instalaram no dia-a-dia dos leitores da classe média.
Rádio
Entre as duas guerras mundiais, a rádio torna-se o meio de comunicação preferido dado que transmite notícias, novelas radiofónicas, música, anúncios publicitários, debates políticos e análises literárias. Além de que é acessível a analfabetos.
Cinema
Devemos aos irmãos Lumière o nascimento do cinema. E quando, em 1927, o cinema sonoro se faz ouvir, a magia do cinema ganha ainda mais impacto na vida do comum cidadão. O homem vulgar é transportado para um mundo alternativo sobre amor, guerra, romance, western, musical ou suspense, onde sente uma diversidade de emoções.
O cinema foi o meio de comunicação que mais contribuiu para a estandardização de comportamentos.
Estandardização de comportamentos
Massificação de hábitos e comportamentos individuais que correspondem a um padrão social uniformizado.
O mundo tornou-se um palco sem fronteiras onde a mobilização de multidões para ver um artista, um desportista, um filme ou um concerto ficou conhecida como fenómeno de massas.
As preocupações sociais presentes na cultura e na arte
Nos anos 20, numa Europa ainda a recuperar da guerra, exigia-se à arte e à literatura que assumissem uma missão social para além do valor estético. A Grande Depressão (1929) veio intensificar esta necessidade.
Literatura
Entre a 1.ª e a 2.ª Guerra Mundial, a literatura assumiu um posição social crítica e combativa perante os atos horrendos vividos em sociedade. Começam-se a ler obras de forte carácter sociopolítico, baseadas em pessoais reais ou arquétipos sociais.
Escritores como Ernest Hemingway (1899-1961), John dos Passos (1896-1970) e John Steinbeck (1902-1968) retrataram o desencantamento com o capitalismo, que consideraram responsável pela guerra e injustiças sociais.
Pintura
Depois da 1. ª Guerra Mundial, as vanguardas artísticas iniciam um "regresso à ordem", um retorno ao figurativo. A representação da sociedade pós-guerra assenta na convicção de que o artista deve contribuir para a consciencialização social.
Neste período, surgiu a pintura mural, que ganhou mais expressão com a propaganda dos regimes totalitários.
Arquitetura
Numa Europa em destroços, os governos viram a necessidade de reerguer edifícios e realojar os seus cidadãos. Impunha-se uma construção simples e racional, sem grandes elementos decorativos, económica, sem perder a dignidade, e prática. Assim surge o funcionalismo.
Funcionalismo
Início de uma época de arquitetura moderna consolidada por soluções inovadoras, que se baseiam na união da forma e função pela eficiência arquitetónica e o baixo custo. Bauhaus é a principal referência deste estilo.
As considerações realizadas pelo funcionalismo na arquitetura estenderam-se ao urbanismo. De forma a repensar a cidade a partir de um ponto de vista racional, as CIAM (Conferências Internacionais de Arquitetura Moderna), iniciadas em 1928, começaram a debater-se sobre como se deve estruturar uma cidade. Destas conferências surgiu a Carta de Atenas (1933) onde se conclui que a cidade deve satisfazer quatro funções: habitar, trabalhar, recrear o corpo e o espírito, e circular.
A cultura e a arte para fins políticos
O regime nazi e o fascismo italiano identificaram o poder dos mass media em uniformizar comportamentos e formas de pensar.
Foi atribuída à arte, à literatura e ao cinema a missão de exaltar os regimes políticos, educando as massas a aderir às suas ideologias. O vanguardismo russo foi abafado pelo realismo socialista.
Realismo socialista
No período estalinista, a União Soviética proliferou às massas uma imagem feliz da vida dos trabalhadores na sociedade socialista, com o objetivo de solidificar o regime.
No desporto, também conscientes do fenómeno de massas, os eventos desportistas internacionais tornaram-se verdadeiros palcos para cimentar sentimentos nacionalistas. A politização desportiva é recorrentemente citada nos Jogos Olímpicos de Berlim (1936), no qual o sonho de Hitler em representar a excelência da raça ariana não se concretizou, dado à vitória do afro-americano, Jesse Owens (1913-1980).
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FAQs - Perguntas Frequentes
Quais são os elementos da cultura de massas?
Os mass media (imprensa, rádio e cinema) que disseminam arte, literatura, notícias, etc.
Quais são as preocupações sociais presentes na cultura e na arte?
Representar e denunciar as razões e realidades que levaram às guerras mundiais, às injustiças sociais e à falta de humanidade.
A arte e cultura servem que fins políticos?
Graças ao seu poder sem fronteiras, através da sua linguagem cada vez mais acessível e da sua disseminação pelos mass media, a arte e a cultura são os principais fatores de sucesso na propaganda política.