A primeira grande crise económica global deu-se em 1929, como consequência da superprodução de bens. Esta superprodução, coincide com uma época de fácil enriquecimento e a enorme facilidade de concessão de crédito por parte dos bancos aos seus clientes. Quando os bancos subiram as taxas de juro, o pânico foi imediato e deu-se assim a queda da Bolsa de Wall Street.
A origem da Crise
Acabada a 1ª Guerra e ao longo da década de 20, os Estados Unidos da América viveram um longo período de prosperidade económica, com um grande aumento de produção. Produzia-se em maior quantidade e em menor tempo, mas também se começava a produzir mais do que a oferta requeria. Como resultado, deu-se uma baixa de preços, pois a oferta cresceu mais do que a procura, criando uma crise de superprodução.
Superprodução
Produção de bens em quantidade superior às necessárias requeridas pela oferta. Conduz ao aumento dos produtos em stock e à necessidade de baixar os preços para escoar os produtos, ou simplesmente à sua destruição.
Desenvolvimento da crise
Verificou-se um aumento de recurso ao crédito e um maior volume de negócios nas Bolsas de Valores. Entre 1924 e 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque, conhecida por Wall Street registou volumes de negócio fora do comum. Toda esta situação provocou um excesso de otimismo, que levou ao investimento na bolsa. Tratava-se de uma falsa prosperidade.
Em 1929, a subida das taxas de juro, servia para forçar as pessoas a pagarem os créditos. No entanto, tornou-se ainda mais difícil o pagamento das dívidas aos bancos. A 24 de outubro de 1929, dá-se um crash na Bolsa de Nova Iorque: os acionistas tentaram vender as suas ações, mas estas perderam valor de um momento para o outro. Este dia ficou conhecido como Quinta-feira negra.
Crash
Descida brusca dos preços das ações numa sessão da Bolsa.
Consequências
A Bolsa caiu, e os investidores que tinham pedido empréstimos para pagar as ações, não tinham como pagar os próprios empréstimos: sem esse retorno de capital, os bancos declararam falência. Sem o crédito, muitas empresas foram obrigadas a fechar, fazendo com que o desemprego aumentasse. Diminuiu o consumo, os preços baixaram ainda mais e entra-se num processo de deflação e depressão económica.
Deflação
Baixa generalizada, mas não prolongada, nos preços de alguns produtos no mercado. Pode ser gerada pela diminuição da procura ou pelo aumento da oferta.
Depressão económica
Longo período caracterizado por falência de empresas e negócios, elevado desemprego, grande diminuição no consumo, baixos níveis de investimento e deflação.
Mundialização da crise
Após a 1ª Guerra Mundial, os Estados Unidos tornaram-se a principal potência económica do Mundo. No entanto, os efeitos da Crise de 1929 rapidamente se alastraram ao resto das nações, pois o Governo americano tinha emprestado largas somas aos países europeus para que estes se reconstruíssem depois da guerra, para além do grande volume de importações de matéria-prima vinda de outros territórios.
Consequências
Quando o Governo americano retira os capitais que tinha na banca, e reduz drasticamente as importações, muitas empresas abrem falência, fazendo com que a crise se alastre ao território europeu. Com a crise já nos EUA e na Europa, foi uma questão de tempo até deixarem de comprar matérias-primas a outros países, acentuando a quebra da produção industrial no mundo capitalista e "mundializando"a crise.
Famílias que viviam de maneira confortável perderam todos os seus bens e ficaram sem casa, trabalho ou qualquer meio de subsistência e esperavam horas em filas para comer. Neste clima de crise, as tensões sociais e raciais aumentaram, tal como a mendicidade, a criminalidade e outros aspetos de miséria social.
Mudanças políticas
A Grande Depressão contribuiu para o descrédito do demoliberalismo, vigente nos EUA e em alguns países da Europa. Proprietários, industriais, agricultores e operários viram as suas condições de vida degradarem-se e exigiam a intervenção do Estado na economia. O desemprego tornou-se uma realidade, provocando o agravamentodos problemas sociais.
A extrema-direita
A crise de 29 denunciava as fragilidades do capitalismo e da democracia liberal, e alguns grupos, como os comunistas, viam a crise como resultado das contradições do capitalismo e queriam aproveitar o momento, intensificando a luta de classes. Por outro lado, nos países da Europa considerados derrotados, como a Alemanha, a crise foi ainda mais violenta, o que contribuiu para o aparecimento de grupos de extrema-direita, motivados pormensagens racistas, nacionalistas e antiliberais.
Consequências
Este tipo de discurso colecionou admiradores entre as classes médias, empresários e proprietários, que temiam o avanço do comunismo e a consequente perda de bens. Crescia assim a força da extrema-direita, que defendia modelos de governo totalitários, passando a ideia que só um Estado forte poderia salvar o país da ruína. É neste contexto que se implantou o fascismo de Mussolini na Itália, e o nazismo de Hitler na Alemanha, bem como outros regimes totalitários ao longo de toda a Europa.
Demoliberalismo
Ideologia política e económica que defende o liberalismo e a iniciativa privada, recusando a intervenção do Estado na economia.
Regime totalitário
Regime político em que um líder (ditador) ou partido controla todas as atividades de um país.
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II Guerra Mundial: invasões e regimes fascistas
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Respostas democráticas à crise de 1929
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A Grande Depressão: origem e consequências
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FAQs - Perguntas Frequentes
De que forma se afirmou a extrema-direita com a Grande Depressão?
Na Europa, com a pobreza, o demoliberalismo é posto em causa e o discurso fica antiliberal, nacionalista e racista. A extrema-direita defende um Estado e um líder fortes e totalitários.
Quais as consequências da Grande Depressão?
Aumento do desemprego e da pobreza generalizada; resfriamento da produção industrial e importações de matéria-prima; deflação; depressão económica.
O que causou a Grande Depressão?
Superprodução; grande corrida à Bolsa de Valores e ao crédito bancário; subida das taxas de juro; desvalorização e venda de ações em massa; falta de capital e falência das empresas.