Ricardo Reis nasceu no Porto, em 1887. Foi educado num colégio jesuíta e formou-se em Medicina, estando exilado no Brasil, devido às suas tendências monárquicas.
Filosofia de vida de Ricardo Reis
Reis é um discípulo de Alberto Caeiro e procura encontrar a paz e o equilíbrio da vida como o seu "Mestre".
Para isso, recorre a uma filosofia de vida particular, que espelha na sua poesia.
Estoicismo Clássico
O estoicismo consiste numa indiferença perante as emoções, aceitando apenas o poder do destino (em apatia) e abdicar de qualquer tipo de intervenção que o indivíduo possa ter.
Epicurismo Clássico
O epicurismo é, de forma generalizada, a busca por uma felicidade relativa, isto é, pela ataraxia (um estado de tranquilidade sem perturbação). Esta corrente também defende que os prazeres que o indivíduo experiencia devem ser moderados e que este deve fugir a sensações extremas, procurando também desenvolver uma indiferença face à morte.
O Carpe Diem horaciano
Ricardo Reis é um poeta clássico, que segue os ensinamentos de, entre outros, Horácio, especialmente ao nível do carpe diem, ou seja, a filosofia de aproveitar o presente, sem pensar no futuro.
Consciência e encenação da mortalidade
Através da sua própria filosofia de vida, Reis tem uma posição bastante específica em relação à morte e à forma como esta deve ser abordada e trabalhada nas composições poéticas: o sujeito poético tem plena consciência de que a vida é efémera e a morte é inexorável, mas vive de forma indiferente a esses factos.
A morte é vista com algo absolutamente natural e inevitável, sendo apenas uma consequência do fluir do tempo.