Fernando António Nogueira Pessoa nasceu no dia 13 de junho de 1888 e deixou-nos no dia 30 de novembro de 1935, tendo sido o maior nome da poesia portuguesa do século XX e o rosto do Modernismo Português.
Infância e formação
Os seus pais eram Joaquim de Seabra Pessoa, crítico musical, e Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa. Infelizmente, perdeu o pai aos cinco anos de idade, mas sempre teve a presença da avó Dionísia, diagnosticada com doença mental.
Depois da morte do seu pai, a mãe de Fernando Pessoa voltou a encontrar o amor em João Miguel Rosa, comandante militar que, a dado ponto, foi nomeado cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul, o que fez com que a família se mudasse. Esta é a causa da educação inglesa de Fernando Pessoa, em Durban.
Durante a sua infância, Pessoa isola-se, mas, em 1899 nasce o seu primeiro pseudónimo e heterónimo: Alexander Search, através do qual envia cartas a si mesmo. Na mesma altura, a sua irmã falece e partem para Portugal, levando o caixão da jovem no navio - este é um dos principais momentos de trauma da vida de Fernando Pessoa.
"Nós, os de Orpheu" - vida e obra
Deixando a sua família em Durban, Fernando Pessoa regressa a Portugal e vai viver com a avó Dionísia e as duas tias na Rua da Bela Vista, em Lisboa.
Durante algum tempo, frequenta o Curso Superior de Letras, na atual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que abandona antes sequer de terminar o primeiro ano. Ainda assim, é neste momento que contacta profundamente com outros autores da Língua Portuguesa.
Já com 20 anos, passa muito tempo no Martinho da Arcada, em Lisboa, onde se encontra com amigos escritores e, o próprio, escreve.
Em 1915, participa na revista literária "Orpheu", que marca o lançamento do movimento modernista em Portugal, gerando escândalo e controvérsia. A "Orpheu" apenas publica dois números, nos quais Pessoa publica enquanto ortónimo, mas também enquanto Álvaro de Campos. Assume a direção do segundo número juntamente com o amigo Mário de Sá-Carneiro.
Em outubro de 1924, com Ruy Vaz (artista plástico), Pessoa lança a revista "Athena", na qual fixou o "drama em gente", dos seus heterónimos.
No mês da sua morte, escreve, para a revista de Almada Negreiros, um artigo intitulado "Nós, os de Orpheu", que se torna um marco da cultura Modernista em Portugal, bem como representação máxima da Geração de Orpheu.
Além das publicações em revistas, Fernando Pessoa deixou toda a sua obra sem ser publicada, quando faleceu. A sua única obra publicada é Mensagem (1934).
A morte de Fernando Pessoa
No dia 29 de novembro de 1935, Fernando Pessoa é internado no Hospital de São Luís dos Franceses, em Lisboa. O diagnóstico, segundo se sabe, foi de "cólica hepática", causada por uma cirrose, diagnóstico que é hoje contestado por vários autores e profissionais, embora o consumo de álcool ao longo da vida seja consensualmente considerado um importante fator na morte de Pessoa, tão novo.
Mesmo que não saibamos de que é que Pessoa morreu exatamente (mais um mistério acerca da vida do "génio"), o que é verdade é que, pelas 20h do dia 30 de novembro de 1935, com 47 anos, Fernando Pessoa pede uma folha de papel e uma caneta, escrevendo, em inglês, as suas últimas palavras: "I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará").
O funeral realizou-se a 2 de dezembro de 1935, no Cemitério dos Prazeres, mas, como tudo na sua vida, o intitulado Super-Camões não teve descanso eterno: foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos (sem sequer ter alguma vez professado a fé cristã), onde está sepultado entre Vasco da Gama e - claro - Luís de Camões.
