A ação de Os Maias: Episódios da Vida Romântica estende-se ao longo de XVIII capítulos, que contam a história de três gerações da família Maia:
Antecedentes
Os Maias são uma família antiga da Beira, que viveu muitos anos da Quinta de Santa Olávia.
O patriarca Afonso da Maia é filho de Caetano da Maia, tendo sido um jovem apoiante do Liberalismo e expulso de casa pelo seu pai devido a esses motivos. A sua mãe conseguiu que recebesse a Quinta de Santa Olávia.
Afonso regressa de Inglaterra e casa com Maria Eduarda Runa, tendo com ela um filho: Pedro da Maia. Maria Eduarda Runa é católica extremamente devota e não se habitua à falta de sol na Inglaterra; Pedro é educado por um homem da igreja português, crescendo frágil, medroso e mimado.
Maria piora e a família regressa a Lisboa. Acaba por falecer.
A dado ponto, Pedro apaixona-se por Maria Monforte, a filha de um negreiro. Afonso da Maia não aprova tal relação.
Quando Maria Monforte engravida pela primeira vez, o casal decide contar a Afonso da Maia, mas não o faz. Depois disso, nasce o segundo filho: Carlos da Maia.
Maria Monforte trai Pedro da Maia com Tancredo e foge com ele para Itália, levando consigo a filha.
Afonso recebe o seu filho na Quinta de Santa Olávia e Pedro comete suicídio.
Carlos da Maia cresce em Santa Olávia, tendo uma educação liberal, com ênfase no exercício físico e regras duras, em contraste com Eusebiozinho, um jovem frágil, tímido e medroso, educado à portuguesa.
Vilaça conta a Afonso que a filha de Maria Monforte faleceu em Londres. Pouco tempo depois, Vilaça morre e é substituído pelo seu filho.
Carlos vai para Coimbra estudar Medicina e conhece João da Ega. Depois, viaja durante um ano pela Europa e, quando regressa, abre um consultório com a ajuda do avô Afonso da Maia.
A ação principal
Num dos serões passados com D. Diogo, o General Sequeira, Cruges, Eusebiozinho, Steinbroken, Taveira e o Marquês, este último refere algo sobre "o Ega e a mulher do Cohen" - João da Ega ter-se-ia apaixonado por uma mulher casada.
João da Ega convida Carlos a conhecer a família Gouvarinho e a Condessa interessa-se profundamente por Carlos da Maia.
Numa noite no Hotel Central, durante um encontro entre Carlos, Ega, Craft, Alencar, Dâmaso e Cohen, Carlos conta a história da sua família a Alencar: a sua mãe fugiu com um estrangeiro e a irmã, que morreu. O seu pai matou-se. Enquanto isto, surge uma mulher maravilhosa, mas que ninguém conhece.
Carlos vai a Sintra à procura da mulher que viu no Hotel Central por causa de um rumor. Lá, encontra Eusebiozinho e Alencar, ficando a saber que os Castro Gomes (a mulher do Hotel Central e o marido) já tinham regressado a Lisboa. Decide fazer o mesmo.
Pouco tempo depois, Carlos recebe um convite para jantar na casa dos Gouvarinhos. Dâmaso leva-o a avaliar medicamente a filha dos Castro Gomes.
Paralelamente, Cohen descobre a traição da mulher com Ega, espancando-a e levando-a para Inglaterra. Ega, destroçado, também sai de Lisboa.
Na corrida de cavalos, Carlos encontra Gouvarinho, que lhe propõe um encontro em Santarém, que ele aceita, mesmo contrariado. Nisto, descobre que Castro Gomes deixara a mulher sozinha durante três meses, recebendo uma carta do mesmo a pedir-lhe que a visite. Por sorte, Gouvarinho cancela o encontro em Santarém.
Carlos e Ega são, no entanto, convidados para um jantar na casa dos Gouvarinho, onde a Condessa beija Carlos. Depois de estar com ela, vai visitar Maria, que quer mudar de casa. Envolve-se com ela.
Ega conta a Carlos que Dâmaso o anda a difamar e este ameaça-o, enquanto Maria visita a sua nova casa nos Olivais, onde volta a envolver-se com Carlos.
Afonso da Maia faz anos e dá um jantar no Ramalhete, em que se fica a saber que Dâmaso anda envolvido com Raquel Cohen, ex-amante de João da Ega. Carlos e Gouvarinho terminam a sua relação e Afonso da Maia parte para Santa Olávia.
Carlos decide visitar o avô, mas antes leva Maria Eduarda ao Ramalhete. Confessa-lhe que esta o lembra da sua mãe.
Castro Gomes recebe uma carta a denunciar que Carlos da Maia é amante de Maria, e a alegar que, afinal, Maria não se chama Maria, mas sim Madame MacGren. Esta carta, como é descoberto posteriormente, foi enviada por Dâmaso.
Carlos confronta Maria sobre a situação e esta confessa. Carlos pede-a em casamento. Ega aconselha que Carlos espere que o seu avô faleça, pois não aguentaria o desgosto.
Carlos descobre um artigo que jornal que expõe a sua relação com Maria e que Dâmaso está por detrás de tudo. Ele e Cruges vão ameaçá-lo e este escreve uma carta em que se pede desculpa a Carlos. Ega vai publicar esta carta.
Afonso regressa de Santa Olávia e Maria Eduarda deixa os Olivais. Ega conhece o Sr. Guimarães, um tio de Dâmaso, que diz que tem um cofre da mãe de Carlos, Maria Monforte, para entregar à família. Ega descobre também que Carlos tem uma irmã e que esta é Maria Eduarda. Fica chocado e pede ajuda ao filho de Vilaça para contar a Carlos.
Os dois homens confrontam Carlos, que vai falar com Afonso, que lhe confirma que, realmente, Maria é sua irmã. Afonso confessa, posteriormente, a Ega, que já sabia do caso de Carlos e Maria Eduarda.
O plano inicial de Carlos, ao ir falar com Maria Eduarda, era o de acabar tudo e fugir, mas acabam por se envolver incestuosamente de novo, desta vez conscientemente. Afonso da Maia percebe que os netos continuam juntos e Ega desaprova fortemente.
Carlos parte para santa Olávia, onde encontra o avô morto, sentindo-se culpado pelo sucedido. Depois do funeral, Carlos regressa a Santa Olávia e Maria parte para Paris. Carlos e Ega fazem uma viagem pelo mundo. Ega regressa primeiro e conta que Carlos continua em aventuras.
O epílogo
Dez anos depois, Carlos regressa e conta que recebeu uma carta de Maria Eduarda, que se ia casar.
Os dois amigos constatam, depois de tantas peripécias, que não vale a pena viver: "Falhámos a vida, menino!"
