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Frei Luís de Sousa

Frei Luís de Sousa: Resumo e análise

Frei Luís de Sousa: Resumo e análise

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Docente: Beatriz M

Resumo

Frei Luís de Sousa: Resumo e análise

​​​​Em poucas palavras

Frei Luís de Sousa é um texto dramático com um conjunto de personagens intervenientes relativamente curto:


Personagens

D. Madalena de Vilhena
Mulher da nobreza, anteriormente casada com D. João de Portugal. Sentimental e pecadora, apaixonou-se por D. Manuel quando ainda era casada com D. João. 
Está ligada à lenda dos amores infelizes de Inês de Castro.
D. Manuel de Sousa Coutinho
Também da nobreza (Cavaleiro de Malta), é casado com D. Madalena há 13 anos. É um homem patriota, racional e e corajoso, desapegado de bens materiais e até da própria vida.
Encarna o mito do escritor romântico.
Maria
De origem nobre, filha de D. Manuel e D. Madalena; tem 13 anos. É uma menina muito frágil, por sofrer de tuberculose, mas também perspicaz, inteligente e meiga. Tem o dom da profecia.
Está ligada ao culto de Camões e ao Sebastianismo.
Telmo
Escudeiro que serviu a família de D. João de Portugal e, agora, serve a de D. Manuel de Sousa Coutinho. É o maior confidente de D. Madalena, mas critica os seus comportamentos. Protege Maria.
D. João de Portugal
Pertencente à nobreza (cavaleiro), casado com D. Madalena de Vilhena. É um homem íntegro e austero, reduzido ao anonimato depois da guerra.
Representa o mito sebastianista e simboliza a Pátria humilhada e cativa.


Durante a obra, conforme a transição de atos, o espaço torna-se cada vez mais escuro e remetente a uma ideia de clausura:


Estrutura dos atos 

Ato I
O espaço é o palácio de D. Manuel de Sousa Coutinho, com grandes janelas para o exterior. É um espaço luxuoso que transmite felicidade. As personagens movimentam-se livremente.
Ato II
O espaço é o palácio de D. João de Portugal; antigo, melancólico e assombrado pelo passado. Torna-se um espaço de angústia, sofrimento e infelicidade.
Ato III
O espaço é a parte baixa do palácio de D. João, mais precisamente a que comunica com a Capela da Senhora da Piedade. O ambiente remete fortemente para a tragédia do local.


Ao nível da estrutura interna, a obra segue a sequência lógica de qualquer narração: exposição, conflito e desenlace.


estrutura narrativa

Exposição
Ato I, Cenas I a IV

  • São apresentados os antecedentes da ação:
    • D. Madalena casa com D. João de Portugal;
    • D. João desaparece na Batalha de Alcácer-Quibir;
    • D. Madalena procura o amado durante sete anos;
    • D. Madalena casa com D. Manuel de Sousa
      Coutinho;
    • Nasce Maria;
    • Telmo, antigo escudeiro de D. João, passa a servir a família de D. Madalena.
Conflito
Ato I, Cena V - Ato III, Cena VIII

  • A ação desenvolve-se:
    • Os governadores decidem ir para o palácio de D. Manuel para fugirem da peste em Lisboa;
    • D. Manuel incendeia o próprio palácio e muda-se com a família para o palácio de D. João de Portugal;
    • D. Manuel e Maria vão a Lisboa, deixando D. Madalena e Frei Jorge;
    • Surge o Romeiro, que conta a D. Madalena que D. João está vivo;
    • Depois de descobrirem a verdade, D. Manuel e D. Madalena decidem professar votos religiosos;
    • Telmo descobre a verdadeira identidade do Romeiro.
Desenlace
Ato III, Cenas IX a XII

  • Dá-se o desfecho da ação:
    • Começa a cerimónia de tomada de hábito de D. Manuel e D. Madalena (morte para o mundo);
    • Maria morre (morte real).


O mito sebastianista na obra

Em Frei Luís de Sousa, um dos temas principais é o sebastianismo, que vingava na época de Almeida Garrett. No entanto, a obra constitui uma crítica ao Sebastianismo, devido à desgraça que se geraria se D. Sebastião (e os desaparecidos em Alcácer-Quibir) regressassem a Portugal.


Ficção em Frei Luís de Sousa

  • Sebastianismo no decorrer da ocupação espanhola, o regresso de D. Sebastião é representado pelo regresso de D. João de Portugal.
Factos históricos
  • Morte de D. Sebastião em Alcácer-Quibir;
  • Anexação de Portugal pela Espanha em 1580, levando à perda da independência.


A tragédia clássica em Frei Luís de Sousa

Além do tema sebastianista, a obra também é riquíssima em elementos trágicos, seguindo perfeitamente o modelo da tragédia clássica greco-romana:


Hybris (desafio)
D. Madalena apaixona-se por D. Manuel ainda casada com D. João de Portugal; D. Manuel incendeia o palácio.
Agon (conflito)
D. Madalena vive uma angústia interna extrema, que se estende a toda a obra.
Peripécia
O Romeiro surge no palácio de D. João de Portugal.
Anagnórise (reconhecimento)
D. João é reconhecido por Telmo e, de seguida, por toda a família.
Katastrophé (catástrofe)
Morte física/real de Maria e morte para o mundo de D. Madalena e D. Manuel.


Além da sequência trágica, a obra está repleta de elementos trágicos, que aludem para a catástrofe final:


Elementos concretos
Coincidências temporais; referências constantes à sexta-feira; simbologia dos números três e sete.
Sebastianismo
Nas pessoas de Telmo e Maria.
Doença
Maria sofre de tuberculose, como é aludido várias vezes ao longo da obra - é uma das causas da sua morte.
Presságios e agouros
Tanto por parte de D. Madalena, como de Maria, são um elemento fulcral da dimensão trágica.
Incêndio
Perda do retrato de D. Manuel, em contraste com a preponderância do retrato de D. João de Portugal.
Referências in texto
Geralmente, à vida conventual e à morte.



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