Na Crónica de D. João I, Fernão Lopes cobre os factos históricos, mas acrescenta uma componente integradora de várias perspetivas. Esta crónica foi escrita por volta de 1450, tendo sido apenas publicada em 1644.
Estrutura global e contexto
Este texto tem duas componentes: narrativa e histórica. A crónica está dividida entre duas partes, divididas entre capítulos. Os capítulos estudados pertencem todos à primeira parte, e falam sobre a crise dinástica e o cerco de Lisboa por parte do Rei de Castela.
1ª parte
Relato dos acontecimentos ocorridos entre a morte de D. Fernando e a subida ao trono de D. João I
Caps. 11, 115, 148
2ª parte
Relato dos acontecimentos ocorridos durante o reinado de D. João I, até 1411
Atores
Fernão Lopes destaca dois tipos de atores: os históricos, em nome individual, e o povo, em nome coletivo, que também contribuiu para o desfecho dos acontecimentos. O coletivo é movido por uma só vontade.
Individuais
Mestre de Avis; Álvaro Pais; D. Leonor Teles; Nun' Álvares
Coletivos
Povo, grupos militares
Consciência coletiva
A crise política de 1383-1385 faz com que a mentalidade da população se altere e perceba que também tem responsabilidades nos destinos da Nação. Fernão Lopes menciona isso nos capítulos estudados.
Papel do povo
Capítulo 11
Papel decisivo na nomeação do Mestre de Avis.
Capítulo 115
Vivência heróica na preparação do cerco.
Capítulo 148
Testemunho da miséria associada ao cerco.
Resumo
Capítulo 11
Narração de como a população de Lisboa acode o Mestre de Avis, incitados pelo Pajem e por Álvaro Pais. O povo junta-se a Álvaro Pais e dirige-se ao Paço, prontos a invadir-lo, mas o Mestre de Avis tranquiliza a população e convence-o a dispersar.
Capítulo 115
Preparação da cidade para resistir ao cerco dos castelhanos. Apelo do Mestre para guardar alimentos. Distribuição de tarefas entre o povo, como a reparação e fortalecimento de muralhas, verificação de armas, defesa e ordem na cidade.
Capítulo 148
Relato do sofrimento da população durante o cerco. Descrição dos sacrifícios a que o cerco obriga: escassez de alimentos, preços altos, falta de esmolas e o recurso a produtos de baixa qualidade.