Uma das características do estilo épico é o recurso à mitologia greco-latina. Desta forma, Camões recorre com frequência à mitologia, cruzando as aventuras da Viagem à Índia e da História de Portugal com o plano Mitológico. É importante sabermos as funções deste uso da mitologia.
Usos da mitologia
A utilização das lendas e mitos gregos e romanos contribui para a dinâmica da ação e a sua unidade, bem como o embelezamento da narração e o engrandecimento dos feitos dos Portugueses, constantemente comparados com os feitos dos deuses. Estes deuses são sempre apresentados numa ação paralela e são as suas histórias e intrigas que dão a vida à narrativa, vida essa que os navegadores não têm.
Os deuses do Olimpo
Nome
Papel
Júpiter
Rei dos deuses e deus das condições meteorológicas, casado com Juno.
Juno
Rainha dos deuses e deusa do casamento, casada com Júpiter.
Neptuno
Deus dos mares, não gosta que os homens tentem atravessar o seu elemento; com o deus Éolo, provoca tempestades no mar.
Marte
Deus da guerra e da violência, toma o partido dos Portugueses no Consílio.
Baco
Deus do vinho e da alegria, revela-se inimigo dos Portugueses no Consílio.
Apolo
Deus da música, da poesia e da luz.
Mercúrio
Deus dos comerciantes e dos ladrões, mensageiro dos deuses.
Vénus
Deusa do amor, casada com Vulcano, favorável aos Portugueses.
Cupido
Deus do Amor, filho de Vénus, representado como um jovem ou criança.
Vulcano
Deus da forja e dos metais.
Plutão
Deus dos infernos, guarda as almas dos que morrem.
Minerva
Deusa da Sabedoria, das artes e da literatura.
Diana
Deusa dos bosques e da caça.
Éolo
Deus dos ventos.
As musas e as ninfas
As musas são nove divindades, filhas de Zeus e Mnemósine (Memória). Presidem a todas as formas de sabedoria, como a poesia, a música, a história, ou mesmo a tragédia e a comédia. Luís de Camões pede inspiração a Calíope.
Já as ninfas são divindades que personificam o espírito da Natureza. N'Os Lusíadas, as ninfas que são evocadas são as Tágides, a dos bosques, e Tétis.