Representação de potências de base 10 e notação científica
Explicação
Por vezes é necessário lidar com números muito grandes (como, por exemplo, a distância em quilómetros entre os planetas do Sistema Solar) ou números muito pequenos (o raio de um átomo, em metros). A decomposição de um número em notação científica torna a sua leitura mais fácil e permite cálculos mais expedidos.
Potências de base 10
Já conheces os nomes dados às potências de base 10 de expoentes não negativos: por exemplo, o milhão (106), ou o bilião (1012).
Para escrever potências de exponente negativo de grandezas com unidades de medida, utilizamos certos prefixos antes da unidade de medida.
- Mili- representa-se por m. Corresponde a 0,001, que na forma de potência é 10−3;
- Micro- representa-se por μ. Corresponde a 0,000 001, que na forma de potência é 10−6;
- Nano- representa-se por n. Corresponde a 0,000 000 001, que na forma de potência é 10−9;
- Pico- representa-se por p. Corresponde a 0,000 000 000 001, que na forma de potência é 10−12.
Exemplo
Dizemos que 10−6 metros é um micrómetro, ou seja, 10−6 m=1 μm.
Notação científica
Se a é um número positivo, diz-se que a está escrito em notação científica se
a=m×10b
onde m é um número inteiro ou decimal com 1≤m<10, e b é um número inteiro. Diz-se que m é a mantissa do número, e b é o expoente.
O expoente b informa-nos sobre a ordem de grandeza do número.
Exemplo
Considera a distância média entre Marte e Júpiter: 550390000 km. Repara que podemos representar este número recorrendo a potências de base 10:
550 390 000=5×108+5×107+3×105+9×104
Esta forma de escrever o número 550 390 000 diz-se decomposição decimal. Podemos escrevê-lo em notação científica utilizando os fatores que multiplicam pelas potências de base 10. De facto,
550 390 000=5,5039×108
Dizemos que a distância média entre Marte e Júpiter (em km) é da ordem de grandeza das centenas de milhões de quilómetros.
Dica: Podes saber o expoente da potência de base 10 utilizando a seguinte técnica: contas o número de casas decimais de deslocação da vírgula. No caso do exemplo acima, a vírgula desloca-se 8 casas decimais para a esquerda. No caso de números pequenos, a vírgula desloca-se para a direita (experimenta!).
Operações
Se m×10b e n×10c são dois números em notação científica, nota que os podemos reduzir ao mesmo exponente: por exemplo, n×10c=n×10c+b−b=(n×10c−b)×10b.
As regras da potenciação tornam os cálculos com números em notação científica mais simples.
- Adição: (m×10b)+(n×10c)=(m+n×10c−b)×10b
- Subtração: (m×10b)−(n×10c)=(m−n×10c−b)×10b
- Multiplicação: (m×10b)×(n×10c)=(m×n)×10b+c
- Divisão: (m×10b):(n×10c)=(m:n)×10b−c
Nota: Repara que os números na coluna da direita podem não estar escritos em notação científica porque não temos garantia que a mantissa seja um número decimal maior ou igual a 1 e menor que 10.
Exemplo
Um satélite diz-se orbitar na órbita baixa da Terra se se encontrar a menos de 2 000 km de altitude. Se um foguetão levantar da superfície a uma velocidade média de 2,81×104 km/h, quantos segundos é que demora a atingir 2 000 km de altitude?
Podes calcular o intervalo de tempo, em horas, da seguinte forma:
Δt=2,81×104 km/h2×103 km=28,1×103 km/h2×103 km=28,12 h≈0,07117 h
Agora, convertendo para segundos,
Δt≈0,07117 h=0,07117×60×60 s≈256 s
Concluímos que o foguetão demora aproximadamente 256 s a atingir 2 000 km de altitude.