Segunda Revolução Industrial: capitalismo e inovações

Introdução

Durante o século XIX, surgiu a Segunda Revolução Industrial. Um pouco por todo o mundo, as indústrias cresciam cientificamente e economicamente. Foi durante este período que se deu o grande salto na tecnologia, com a exploração de matérias primas como o ferro e o petróleo. Com o crescimento destas indústrias, foi necessário o desenvolvimento dos transportes, dos bancos e dos métodos de produção. Surgiu o comboio, o telefone e a rádio. Nas indústrias foi criado o taylorismo e o fordismo como métodos de produção em massa, rápida e eficaz.

Inovações industriais

Os mecanismos industriais foram-se desenvolvendo cada vez mais. No século XIX, era necessário ter conhecimentos científicos para lidar com estes mecanismos especializados: inicia-se a relação entre a ciência e a técnica. Esta necessidade de evolução juntou institutos, universidades e empresas que começaram a trabalhar como nunca antes visto: criaram laboratórios científicos e financiaram instituições para conseguirem criar um produto melhor e mais inovador que a concorrência. Os Governos juntam-se a esta missão e assim surge a Segunda Revolução Industrial. Foram criadas novas fontes de energia, novas produções, novos meios de transporte e comunicação à distância.

Siderurgia e química

A siderurgia tornou-se na indústria mais avançada na Segunda Revolução Industrial: forneciam máquinas, carris e locomotivas. No entanto, em meados do século XIX, H. Bessemer criou uma maneira mais rápida e barata de transformar o ferro em aço. Isto fez com que o mercado siderúrgico crescesse, assim como a produção baseada neste produto. Entre 1870 e 1914, a produção de minério de ferro cresceu cinco vezes mais.

Na química, o crescimento começou com a procura de corantes, que pudessem fornecer o setor têxtil. A produção destes corantes artificiais deu origem aos maiores fabricantes desta indústria, como por exemplo a BASF ou a Bayer. A indústria química foi um dos maiores setores desta época precisamente pela sua ligação à necessidade de pesquisa e renovação. A partir daqui foram criados os pesticidas, os medicamentos e fertilizantes.

Energia

Carvão

O carvão foi um dos grandes impulsionadores para o crescimento da indústria: sustentava as fábricas e os meios de transporte. No entanto, no fim do século XIX, desenvolveram o petróleo e a eletricidade. Foi na Pensilvânia, em 1859, que se fez o primeiro poço de petróleo. Ainda assim, só em 1886 é que se comprova o verdadeiro potencial desta matéria-prima com o desenvolvimento do motor a gasolina por parte de Gottlieb Daimler. Dez anos mais tarde, Rudolf Diesel, desenvolve um motor movido a óleo combustível. Estas duas criações foram as mais marcantes para o século XX.

Eletricidade

A eletricidade foi também bastante aproveitada durante esta época. O seu transporte e produção foi facilitado com o aparecimento de inúmeras invenções: iluminação, carros e meios de transporte, acabando assim com os transportes que utilizavam animais para se moverem. A eletricidade foi assim um dos maiores avanços na época industrial. Com ela surgiram invenções como o telefone, o gravador de som, a rádio e o cinema.

Transportes

Todas as matérias-primas e produtos precisavam de ser movimentados por e para todo o país e, por esse motivo, os transportes foram um componente essencial. Em 1830, o comboio foi muito importante e nesse mesmo ano foi inaugurada a linha Liverpool-Manchester por George Stephenson. Em 1850, já existiam 35.000 milhões de vias-férreas e, em 1914, chegou a 1 milhão. Sendo o comboio um dos transportes com mais sucesso, foram criadas outras infraestruturas à sua volta, como por exemplo a construção do túnel de S. Gotardo que demorou 10 anos.

O aparecimento dos navios a vapor também deu origem à criação de companhias marítimas. Com o aumento da circulação via marítima, foi também importante a construção de portos e canais como o do Suez e o do Panamá. No fim do século XIX, surgiu também o automóvel, e com ele marcas como a Benz, a Renault ou a Fiat. Na aviação, Orville Wright aventurou-se num avião com um motor movido a gasolina e hélice. Em 1909, L. Bleriot percorreu o Canal da Mancha num monoplano. Assim nasceu a Era da aviação.

A indústria e a banca

As grandes empresas

Com todo este crescimento e desenvolvimento industrial, as pequenas oficinas foram substituídas por grandes fábricas. No século XIX, as fábricas com mais sucesso transformaram-se em grandes empresas. As indústrias da metalurgia e do petróleo tinham grandes fábricas como a Krupp, na Alemanha; tinha cerca de 70.000 trabalhadores. Este tipo de indústrias tinham grandes minas, fábricas e um conjunto de transportes que faziam chegar as matérias-primas para a produção. Ou seja, estas grandes empresas coordenavam todo o processo de produção.

O sistema bancário

Com todo o desenvolvimento económico, era necessário que os bancos acompanhassem este crescimento. Era a atividade bancária que ajudava a movimentar as grandes quantias implicadas no comércio internacional. Esta atividade registou uma grande evolução: no início do século, em Inglaterra, existiam cerca de 600 entidades bancárias e, em 1914, passaram a ser 55. Os pequenos bancos fechavam enquanto que as grandes instituições permaneciam poderosas. Os bancos colocavam o seu capital em várias empresas, passando assim a controlar algumas delas.

A organização do trabalho

Com o crescimento das mais variadas empresas, os empresários começaram a produzir com mais qualidade e a preços baixos, a fim de evitar a concorrência. Para se conseguir utilizar todos os recursos sem desperdício, foi criado o taylorismo. Este método foi criado por Frederick Winslow Taylor, que publicou o livro "Princípios da Direção Científica da Empresa", ajudando assim a melhorar o rendimento das fábricas.

Taylorismo

O taylorismo baseava-se na partilha do trabalho, fazendo-o em pequenas tarefas interligadas. Cada pessoa tinha determinada função, e o trabalhador seguinte continuava essa mesma tarefa. Tudo deveria ser bem feito, no menor tempo possível: uma cadeia de produção. Este trabalho permitia a produção de objetos exatamente iguais, em grande volume. Henry Ford, foi o primeiro a utilizar este método na sua fábrica de automóveis e, em 1913, introduziu uma linha de montagem.

O ritmo de produção alterou-se completamente: os tapetes rolantes levavam a todos os trabalhadores as peças e materiais necessários. Inicialmente um trabalho que demorava 12 horas, passou a demorar apenas uma. Mais tarde, este método aplicado às empresas, começou a ser conhecido por fordismo. Para recompensar os seus trabalhadores, Ford aumentou os salários. Apesar deste grande avanço, os críticos diziam que o trabalho seguindo o taylorismo, desvalorizava os trabalhadores, que dependiam de máquinas para prosseguir o seu trabalho.

Fordismo

Sistema de produção criado por Henry Ford na década de 1920. Tem por base o ritmo máximo de produção de uma empresa, através do trabalho em cadeia. O objetivo é a produção em massa.