A segunda metade do século XVIII foi um período de prosperidade para Inglaterra. Os progressos agrícolas aliaram-se aos demográficos, e a urbanização auxiliou no alargamento de mercados, a par do desenvolvimento do sistema financeiro.
Assim, esta nação encontrava-se nas condições para o arranque de uma nova fase para a Europa e o mundo: a Revolução Industrial.
Bases do sucesso inglês
Revolução agrícola
Um grupo de grandes proprietários procurou rentabilizar os seus solos e os progressos descobertos depressa se espalharam pelo país inteiro. As técnicas utilizadas (e que aumentaram a produtividade deste setor) foram as seguintes:
Novo sistema de rotação de culturas, que evitava a necessidade do pousio (o que se tornou bastante útil, dado o esgotamento dos solos ingleses pelo cultivo de cereais para alimentação);
Articulação mais otimizada entre agricultura e criação de gado, que também permitia a produção de estrume para fertilizar a terra;
Criação de enclosures (propriedades vedadas), às quais se anexaram baldios e outras terras comunitárias;
Seleção de sementes, aperfeiçoamento de alfaias e apuramento de raças animais.
Crescimento demográfico e urbanização
A população inglesa explodiu neste período, nomeadamente devido a progressos na alimentação, fenómeno que ocorreu em simultâneo com as migrações para as cidades (as quais acomodavam a mão-de-obra que se libertava do campo). As populações dos centros urbanos multiplicam-se e Londres torna-se a cidade europeia mais populosa.
Criação e desenvolvimento de mercados
Forma-se um mercado nacional, unificado, onde os produtos e a mão de obra circulavam livremente. Isto ocorreu devido:
Ao aumento do número de consumidores, graças ao crescimento demográfico e das cidades;
À inexistência de alfândegas internas que tornassem as mercadorias caras ou difíceis de transportar;
Melhoramento dos transportes, com a construção de sistema de canais e a extensão da rede de estradas.
Mercado nacional
Capacidade de aquisição da procura interna da nação.
Estes desenvolvimentos de vias de comunicação permitiu ainda a ligação entre o interior e as cidades portuárias, o que beneficiou a articulação com o mercado externo.
Apesar dos seus produtos se espalharem pela Europa devido à qualidade e ao preço, era das colónias que os ingleses captavam maior riqueza, fazendo proveito do comércio triangular. Em particular, através do domínio de territórios, rotas e tráficos, a Companhia das Índias Orientais reuniu grandes quantidades de capital, imiscuindo-se ainda nos circuitos de troca locais (country trade).
Sistema financeiro
O avanço neste campo prendia-se com a Bolsa de Londres, uma das primeiras bolsas de valores da Europa, onde se passou a ter dívida pública e as primeiras ações da Companhia. Foi, assim, possível canalizar as poupanças individuais para financiamentos avultados.
Bolsa de valores
Instituição financeira na qual se transacionam bens mobiliários (por exemplo, ações e obrigações).
O Banco de Inglaterra realizava as operações de que o grande comércio necessitava e emitia notas, sendo a sua atividade complementada por um conjunto de country banks.
A Revolução Industrial
Todas estas transformações permitiram, na segunda metade do século XVIII, o arranque da Revolução Industrial.
Revolução Industrial
Transformações técnicas e económicas que se alargam de Inglaterra à restante Europa e América do Norte ao longo do século XIX, geralmente associadas à passagem da manufatura para a maquinofatura.
Os setores industriais de arranque foram os seguintes:
Têxtil: a abundância de procura e matéria-prima das colónias desenvolveu o setor algodoeiro; John Kay inventou a lançadeira volante e James Hargreaves impediu que o fio escasseasse com a famosa Jenny, seguindo-se diversas outras invenções que permitiram crescer a produtividade; a simplicidade e preço baixo das primeiras máquinas, bem como as elevadas taxas de lucro, permitiram um crescimento veloz das primeiras unidades industriais, que evoluíram em todo o setor têxtil;
Metalurgia: era indispensável à Revolução, visto que fornecia máquinas e outros equipamentos a todas as outras indústrias, pelo que se tornou o principal setor a partir de 1830; evolui através da substituição do carvão vegetal pela hulha, que abundava no solo inglês, gerava mais calor e não exigia o abate de árvores; o ferro começou a substituir outros materiais.
James Watt construiu a máquina a vapor, permitindo utilizar o vapor como força motriz: foi o primeiro motor artificial da História!
Tempo de mudança
Estas transformações não se prenderam à dimensão tecnológica. Em vez disso, todo um mundo novo se gerou: vagas de camponeses migravam para as cidades, a sociedade organiza-se de modo diferente (com o operariado e a burguesia industrial a surgirem) e os transportes encurtaram distâncias. Para além disso, um novo sistema económico começa a formar-se: o capitalismo industrial.
Quais os setores de arranque da Revolução Industrial?
Os setores têxtil e metalúrgico.
O que é a Revolução Industrial?
Transformações técnicas e económicas que se alargaram de Inglaterra à restante Europa e América do Norte ao longo do século XIX, geralmente associadas à passagem da manufatura para a maquinofatura.
Quais as bases do sucesso inglês que permitiram o arranque da Revolução Industrial?
A Revolução Agrícola, o crescimento demográfico, a urbanização, a criação de um mercado nacional e desenvolvimento do mercado externo e o avanço do sistema financeiro.
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