Nos séculos XVI e XVII, as rotas e comércio coloniais fortificaram-se, com o desenvolvimento do capitalismo comercial, num contexto em que estas áreas eram bastante disputadas.
Este contexto associou-se a um estreitamento das relações económicas entre os países: o mercantilismo.
O comércio e as áreas coloniais
Apenas algumas nações mantinham relações ao oceano, com destaque para Portugal, Espanha, França, Holanda e Inglaterra. Especialmente nestes últimos, os mercadores passaram a formar grandes companhias e procuravam expandir os seus negócios. O capital gerado era investido para ser aumentado, com foco para o grande comércio. Era o capitalismo comercial.
Capitalismo comercial
Sistema económico caracterizado pela procura de lucro, pelo espírito de concorrência e pelo papel central do comércio.
Com a exploração também da América, o comércio passa a ser triangular, conduzindo também ao aumento do tráfico negreiro.
Comércio triangular
Circuito de comércio que ligava Europa, África e América através do oceano Atlântico. De África vinham escravos para as plantações e explorações mineiras da América, de onde se levavam os respetivos produtos para a Europa.
Tráfico negreiro
Intensa transação de escravos negros levados de África para a América, comprados ou aprisionados.
Esta exploração decorria a par com um equilíbrio de poder entre as diversas nações europeias. Neste período, alianças e participações em guerras tentavam evitar que algum dos países se tornasse numa potência hegemónica. Contudo, visto que as motivações económicas se agudizavam e as economias se fechavam em si mesmas, as áreas coloniais foram exploradas em regime de exclusivo colonial e acenderam-se grandes rivalidades.
Exclusivo colonial
Modo de exploração económica das colónias que deixa a sua exploração para a metrópole, com o objetivo de obter matérias-primas a baixo custo e vender produções manufatureiras a estes países.
A disputa da supremacia no grande comércio oceânico travou-se essencialmente entre Holanda, França e Inglaterra, dividindo-se em fases: primeiro entre Holanda e Inglaterra (1651-89), e depois entre França e Inglaterra (1689-1763). No final, a Guerra dos Sete Anos (1756-63) terminou com a vitória de Inglaterra, que se consagrou a maior potência da Europa.
O Mercantilismo
As necessidades financeiras para custear os excessos do absolutismo régio conduziram ao surgimento da primeira doutrina económica: o mercantilismo.
Mercantilismo
Teoria económica que defende uma forte intervenção do Estado na economia, visando aumentar a riqueza da nação (que seria a quantidade de metais preciosos acumulada).
As medidas resultantes desta teoria traduzem-se em protecionismo, em particular o fomento da produção industrial (para se conseguir a autossuficiência do país e para exportar), a revisão das tarifas alfandegárias (aumentando as dos produtos estrangeiros e diminuindo as dos produtos exportados, tornando-as mais competitivas) e o incremento e reorganização do comércio externo (com o exclusivo colonial).
Protecionismo
Política económica que diminui a livre iniciativa e circulação de mercadorias para proteger as produções internas, de forma a que se desenvolvam e se tornem mais competitivas.
Mercantilismo em França
Colbert implementou o mercantilismo em França, focando-se no desenvolvimento de manufaturas nacionais, num pulso firme e dirigista. Este ministro de Luís XIV trouxe novas indústrias e importou técnicas e mão de obra. Conferiu privilégios e subsídios às célebres manufaturas reais (que usavam um selo com armas do rei e maioritariamente forneciam a corte), conseguindo em troca um controlo detalhado da atividade industrial.
Manufaturas
Grandes atividades industriais que não utilizam máquinas, mas que frequentemente já dividem o trabalho e fazem uso de tecnologias próprias.
No comércio, Colbert desenvolveu a frota mercante e a marinha de guerra e criou grandes companhias monopolistas, às quais atribuiu direitos exclusivos de comércio sobre determinadas zonas.
Companhia monopolista
Associação económica comercial com direitos exclusivos sobre um determinado produto ou área comercial.
Mercantilismo em Inglaterra
O mercantilismo inglês caracterizou-se por uma maior flexibilidade e pelo foco na marinha e no setor comercial. Entre 1651 e 1663, os Atos de Navegação baniram os Holandeses das áreas de comércio britânico, ao obrigarem a que todas as mercadorias que entrassem em Inglaterra fossem transportadas em embarcações inglesas ou do país de origem. Criaram-se ainda grandes companhias comerciais, com destaque para a Companhia das Índias Orientais.
