A vida das grandes elites renascentistas vai permitir que, através do mecenato, financiem e patrocinem grandes manifestações artísticas, que rivalizam com os grandes monarcas.
Esta paixão pela arte vai alimentar o humanismo e a sua consciência moderna.
A riqueza das elites
Crente na superioridade do ser humano e no poder do indivíduo, o Renascimento viu nascer uma atitude otimista de exaltação da vida, rara na Idade Média. A alegria foi particularmente notória nas elites sociais: nobres e burgueses em busca de ascensão.
Rodeadas de luxo, de conforto e de sabedoria, as elites ostentavam a sua riqueza de forma bastante marcada, pelo que se converteram em focos de mecenato.
Às elites se devem as famosas cortes, como a dos Sforza de Milão, dos Médicis de Florença ou dos duques de Urbino, que rivalizavam com os reis e papas.
Exigentes regras de comportamento condicionavam a vida das elites cortesãs desde a infância: estas regras instruíam sobre o que se devia comer, vestir, como cumprimentar, falar, estar, e todos os outros pontos da vida do indivíduo.
A corte régia portuguesa
Os reis D. João II, D. Manuel I e D. João III não pouparam esforços para fazer sobressair a corte régia no panorama cultural do Renascimento. Patrocinaram grandes obras e permitiram que grandes artistas e homens de letras mostrassem o seu trabalho.
Tudo isto atestou a magnificência dos monarcas portugueses, que mereceram os maiores elogios por parte dos intelectuais do tempo.
Intelectuais e artistas
Esta corrente de mecenato fez com que os intelectuais e artistas fossem acolhidos nas grandes cortes: eram solicitados manuscritos antigos e obras literárias para serem exibidos em grandes bibliotecas.
Os artistas estavam também encarregues de projetos arquitetónicos, de estátuas, túmulos ou retratos - estas obras patrocinadas permitiam que os artistas também conseguissem aumentar o seu próprio prestígio.
O orgulho renascentista na capacidade criadora levou muitos artistas a assinar as suas obras, numa tentativa de distinção.
O Humanismo
Os humanistas foram os principais intelectuais do Renascimento, destacando-se na poesia, na história, teatro, filosofia e retórica. Na produção literária, defenderam a excelência do ser humano, que consideravam ser bom, perfeito e responsável: defendem o ideal do antropocentrismo renascentista.
Humanista
Em sentido estrito, define um letrado profissional, geralmente eclesiástico e/ou universitário que, nos séculos XV e XVI, se esforça por ressuscitar e manter as letras e línguas da Antiguidade Clássica, harmonizando o ideal greco-romano com os valores do cristianismo, de modo a formar homens cultos e virtuosos.
Antropocentrismo
Conceção segundo a qual o Homem está no centro do Universo, sendo uma espécie de microcosmo, onde se fundem harmoniosamente o material orgânico e o celestial. Como o ser mais perfeito, o Homem define-se pelo seu poder ilimitado de descoberta e transformação.
Valorização da Antiguidade Clássica
Os humanistas alimentam uma grande paixão pela Antiguidade Clássica, ao considerar que as suas obras literárias continham as definições verdadeiras de sabedoria e beleza.
A imprensa e o mecenato auxiliaram na expansão da cultura antiga, permitindo a criação de grandes e majestosas bibliotecas. O mesmo acontece com o ensino, destacando-se os colégios que promoviam o estudo do latim, do grego, do hebraico, da poesia, do teatro, da filosofia, do direito, da oratória e da história antigas. Estas disciplinas, consideradas imprescindíveis para a formação do ser humano, eram chamadas de "humanidades", designação que ainda perdura.
Consciência de modernidade
A paixão pela antiguidade levou os humanistas à criação de obras literárias que imitavam os autores greco-latinos.
Um exemplo destas obras é o poema épico Os Lusíadas, de Luís de Camões, que louvou os feitos heróicos portugueses, como Vírgilo o fizera na Eneida.
Orgulhosos do seu valor literário e das inovações civilizacionais do seu tempo, os modernistas demonstram a consciência da modernidade: entendiam o estudo dos clássicos não como um fim, mas como um meio formativo de o indivíduo atingir a excelência humana. que se manifestava no uso da Razão pelo indivíduo, algo muito prezado pelos humanistas.
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FAQs - Perguntas Frequentes
Qual a teoria que defende o Homem enquanto centro do Universo?
O antropocentrismo.
Qual a forma de os artistas renascentistas se identificarem?
Os artistas assinavam as suas obras.
Que nome se dá ao financiamento de obras de arte por famílias ricas no Renascimento?