Arte românica e arte gótica: características

Introdução

A arte românica surge primeiro que a arte gótica, no período da Idade Média. O estilo românico caracteriza-se por uma arquitetura devota à religião, que protege e cuida, enquanto que o estilo gótico surge com uma versão da religião mais positiva, em que Deus é luz.

Arte românica

Estilo Românico

Estilo artístico que nasceu em França, no final do Século X, ligado a ordens religiosas, e que se expandiu pela Europa nos Séculos XI e XII. Num período de invasões, instabilidade e medo, as construções românicas traduzem a necessidade de proteção e segurança.

O seu interior sombrio traduzia o ideal da espiritualidade medieval, para permitir a reflexão e oração.

Paredes grossas em granito, com contrafortes exteriores;
Poucas janelas , estreitas;
Abóbadas de berço;
Arcos de volta perfeita;
Planta de cruz latina;
Edifícios de pequena dimensão;

Na arte românica, a escultura e a pintura estavam subordinadas à arquitetura. Assim, as igrejas eram decoradas como meio didático, para poder ensinar a Doutrina Cristã através de imagens. A pintura também estava presente em iluminuras de livros religiosos.

Em Portugal, a introdução da arte românica foi tardia.

Por um lado, construíram-se grandiosos edifícios, como as Sés, com imponentes fachadas, um interior de três naves com poucas janelas.

Também se edificarem pequenas igrejas rurais, sobretudo no Norte e Centro do país, e as igrejas e mosteiros que, atualmente, fazem parte da Rota do Românico, no Norte do território nacional.

Estas eram as construções modestas, a maioria apenas com uma nave.

Arte gótica

Gótico

O estilo gótico surgiu em França, no século XII, e rapidamente se difundiu pela Europa até ao Século XV. O estilo gótico ficou associado ao ressurgimento das cidades, ao desenvolvimento do comércio, à afirmação da burguesia e a uma visão mais positiva da religião em que Deus é visto como luz.

Os edifícios góticos são espelho do desenvolvimento arquitetónico: grandes construções, amplos espaços, luminosidade intensa e decoração de grande beleza estética.

Arcos em ogiva ou de volta quebrada;
Abóbadas sobre cruzamento de ogivas;
Arcobotantes, que substituem os contrafortes como suportes das abóbadas e permitem o crescimento vertical;
Janelões e rosáceas decorados com vitrais, que permitem a entrada de luz no interior dos edifícios;
Decoração com baixos e altos-relevos e estátuas realistas e naturalistas.

O gótico está presente na construção de imponentes catedrais, mas também na arquitetura militar e civil, através da construção de castelos e edifícios reais e senhoriais como expressão do poder político da época.

Em Portugal, o gótico teve uma entrada tardia, já no século XIII. Apesar disso, ainda do século anterior, é de destacar a abadia de Alcobaça, mas o estilo expandiu-se até ao sul do país, sendo, sobretudo, associado à arquitetura monástica, nomeadamente dos Franciscanos.