Durante o pós-Cristianismo (isto é, durante as vagas de invasões), a vida das populações era marcada por um sentimento generalizado de medo e desconfiança entre "povos vizinhos". Na primeira vaga de invasões, o (até então estável) Império romano começa a ruir de dentro para fora, e na segunda vaga derrubam o Império de fora para dentro.
Um novo mapa político
Os Bárbaros
Os Germanos eram considerados, pelos romanos, como povos bárbaros que ocupavam os territórios além dos rios Reno e Danúbio, praticamente na fronteira com o Império romano. Estes povos eram seminómadas e dedicavam-se à agricultura e pastorícia, o que significa que, mesmo que desenvolvessem movimentações, teriam acampamentos "quase-fixos".
Evidentemente, os germanos eram muito diferentes dos seus "vizinhos" romanos, e até diferentes entre si: os povos Germanos subdividem-se em Suevos, Visigodos, Ostrogodos, Anglos, Saxões, Vândalos e Alanos.
A queda de Roma e a primeira vaga de invasões
Séc. iii
O Império começa a denunciar a própria queda
O Império Romano atravessa uma enorme crise política, económica e social que afeta gravemente a sua coesão - um dos maiores problemas é a corrupção na administração do Império, aliada a uma gritante indisciplina do Exército;
Germanos estão pacificamente no sistema Romano (como mercenários no Exército).
Séc. IV
Germanos invadem o Império Romano do Ocidente
Os povos bárbaros, por pressão dos Hunos e por estarem atraídos à riqueza das cidades romanas, invadem o Império e depõem Rómulo Augusto, o último imperador romano, em 476.
Consequências das invasões
Depois da queda do Império Romano do Ocidente, resta apenas o Império Romano do Oriente, mas a unidade política europeia nunca mais será a mesma: surgem vários reinos independentes entre si, com autonomia política, que são, muitos deles, a origem de atuais países europeus.
A monarquia
Esta nova forma de governo tem como líder um rei, que vai ascender ao poder hereditariamente (segundo nascimento), de acordo com aquilo que seria a "vontade Divina".
A fixação dos Germanos
Depois da queda do Império Romano no Ocidente, os Germanos começam a instalar-se/fixar-se em diferentes zonas do continente europeu: os Suevos e Visigodos instalam-se na Península Ibérica; os Francos reclamam o território da atual França; os Ostrogodos fixam-se na Península Itálica; os Anglos e Saxões na Inglaterra; os Vândalos no Norte de África.
A convivência entre os povos Bárbaros e os Romanos foi bastante conturbada durante os seus anos iniciais, mas o prolongamento desta relação vai levar a uma conversão de muitos Germanos ao Cristianismo e à Lex Romana.
O surgimento da Idade Média
É com a queda do Império Romano do Ocidente, no séc. V, que tem início uma nova Era Histórica: a Idade Média, que se vai estender até meados do séc. XV, com a queda de Constantinopla, o Império Romano do Oriente ou Império Bizantino, derrubada pelos Turcos.
Esta nova época é uma clara rutura com a Antiguidade Clássica, uma vez que tem características completamente diferentes e apresenta uma consciência social dessa rutura.
Antiguidade Clássica
Período no qual as civilizações grega e romana se organizam na vida política, social e cultural. Surge com a poesia grega de Homero, no século VIII a. C. até à queda do Império romano, no século V d. C.
A continuação da insegurança
Segunda vaga de invasões
Séc. Viii
Muçulmanos ocupam quase toda a Península Ibérica;
Vikings, provenientes da Escandinávia, invadem a Inglaterra e a Irlanda até ao séc. IX.
Séc. IX - X
Húngaros saqueiam as regiões das atuais Alemanha, França e Itália.
Esta nova vaga de invasões veio gerar um novo clima de insegurança e medo, que conduziu, por si só, a uma recessão económica e transformações sociais profundas: a vida urbana entrou em decadência, a população diminuiu e muitas cidades desapareceram - as populações fugiram para o campo.
As transformações económicas e sociais na Europa
A principal atividade económica passou a ser a agricultura, egera-se portanto uma ruralização da economia. Mas dado que as técnicas e instrumentos eram extremamente rudimentares, surge uma economia de subsistência - produz-se apenas para sobreviver, sem excedentes.
Devido à diminuição de excedentes e à insegurança das rotas comerciais e ligações marítimas, o comércio estagna e a Europa sofre uma regressão económica.
O reforço de poder dos grandes senhorios
Várias dinastias de grandes senhores locais, do clero e da nobreza, surgem devido ao clima de insegurança gerado pelas invasões.As populações que abandonavam a cidade procuravam proteção junto destes senhores, que eram grandes proprietários rurais com exércitos próprios.
Dado o contexto "uma mão lava a outra", os senhores aproveitaram e recebiam (ou ocupavam forçosamente) propriedades dos camponeses, como forma de pagamento pela sua ajuda económica e proteção. Nas suas terras, os senhores exerciam a própria justiça. Surge, assim, o Feudalismo.
Feudalismo
Sistema político, económico e social que predominou na Europa Ocidental entre o início da Idade Média e a afirmação dos Estados modernos, entre os séculos XI e XIII, marcado por relações de poder complexas entre senhores e vassalos.
A Igreja Católica no mundo ocidental
Nos finais do século IV, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano.
Cristianismo
Religião dos seguidores de Jesus Cristo, perseguido e assassinado pelo Império Romano.
A Igreja Católica nasceu do conjunto de crentes na fé cristã e organizou-se segundo o modelo administrativo romano, estabelecendo o Papa, Bispo de Roma, com autoridade máxima.
Quando começaram as invasões germânicas, o poder civil foi incapaz de organizar a defesa das populações - a Igreja acolhia populações nas igrejas, no momento dos ataques.
Cristãos e pagãos
Os Germanos eram povos pagãos, o que significa que adoravam vários deuses ou arianos, que eram cristãos que negavam a divindade suprema de Cristo.
Assim sendo, o objetivo principal de Igreja Católica Romana era a conversão destes povos ao Cristianismo, tendo sido utilizados para este fim vários meios:
Ação de missionários, incentivados pelo Papa Gregório Magno, que percorreram a Irlanda, a Alemanha, a Grã-Bretanha, a França e a Península Ibérica, convertendo os chefes germânicos;
Ação de monges, que fundaram mosteiros e procuravam consolidar a religião junto dessas populações.
As ordens religiosas
Enquanto a Igreja Católica Romana procurava converter os Germanos, foram fundados na Europa Ocidental vários mosteiros beneditinos, que tiveram um papel importante nessa missão de evangelização, bem como ao nível da cultura, desenvolvimento agrícola e educação das crianças.
Estes mosteiros inspiraram a criação de ordens religiosas, que integraram o clero regular, que obedece a regras claras e vive recolhido em mosteiros e conventos.
O clero secular, por sua vez, vive junto das populações, nas paróquias. Assim, a Igreja Católica tornou-se o grande poder unificador da Europa, ao converter os diferentes povos bárbaros, que acabaram por se fundir com as populações romanizadas.
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Unidade 1
Vagas de invasões na Europa: do século IV ao X
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FAQs - Perguntas Frequentes
Que órgãos foram responsáveis pela evangelização dos povos Germanos?
As ordens religiosas da Igreja Católica Romana.
Que acontecimento marca o início da Idade Média?
A queda do Império Romano do Ocidente, às mãos dos Bárbaros.
Que povos levaram ao fim do Império Romano do Ocidente?