A segunda dinastia e a expansão portuguesa
A crise de 1383-1385
O Rei D. Fernando faleceu em 1383, deixando uma única filha, Beatriz, casada com o Rei D. João de Castela. Assim, se esta se tornasse rainha, o marido seria Rei de Portugal, unindo o trono português ao de Castela, colocando Portugal em risco de perder a sua independência.
As opiniões da população dividiam-se: uns defendiam o direito de D. Beatriz ao trono; outros propunham que fosse escolhido D. João, Mestre de Avis, para Rei. Este, apoiado por muitos populares, expulsou D. Leonor Teles e os seus apoiantes, iniciando-se, assim, a crise de 1383-1385 e a guerra da independência entre Portugal e Castela.
D. João foi aclamado Rei de Portugal, com o nome de D. João I, dando início à segunda dinastia, conhecida por Dinastia de Avis.
Para fazer valer o direito de D. Beatriz, o seu marido, Rei de Castela, invadiu Portugal, dando início a um longo período de guerra durante o qual aconteceram várias batalhas, sendo a mais importante a Batalha de Aljubarrota.
No dia 14 de agosto de 1385, os Portugueses venceram os Castelhanos, garantindo, assim, a sua independência. Nesse local, D. João I mandou erguer o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, ou Mosteiro da Batalha.
A expansão portuguesa
A crise económica, agravada pela guerra de sucessão com Castela, escassez de bens alimentares, proliferação de doenças, ausência de lutas para ocupar os guerreiros portugueses e a intenção de espalhar a fé cristã por outros territórios, conduziram ao início da expansão marítima portuguesa.
Um dos impulsionadores dos Descobrimentos foi Infante D. Henrique, terceiro filho de D. João I.
A expansão de Portugal pelo mundo começou em 1415, com a viagem de uma frota até ao norte de África, para conquistar a cidade de Ceuta, seguindo-se outras conquistas no Norte de África em paralelo com a descoberta de numerosas terras ao longo da costa, por viagens pelo oceano Atlântico.
A descoberta do caminho marítimo para a Índia e do Brasil
Nos reinados de D. Duarte, D. Afonso V e D. João II, os navegadores portugueses prosseguiram com a descoberta da costa ocidental africana.
Em África, os Portugueses exploravam o ouro e capturavam habitantes, tornando-os escravos. Bartolomeu Dias foi o primeiro navegador a atingir a ponta sul de África, em 1488, dobrando o Cabo das Tormentas, rebatizado pelos Portugueses como Cabo da Boa Esperança.
Mas o grande objetivo dos Portugueses era chegar à Índia por mar, para se apropriarem do comércio dos produtos daí provindos, muito apreciados na Europa. Tal foi conseguido em 1498, já no reinado de D. Manuel I, com a expedição comandada por Vasco da Gama.
Logo a seguir, em 1500, outro navegador, Pedro Álvares Cabral, descobriu o Brasil, de onde os Portugueses começaram a trazer pau-brasil e, mais tarde, açúcar, tabaco, cacau, algodão, ouro, prata e diamantes.
